
Luís Correia, joia do litoral piauiense, enfrenta um paradoxo alarmante. A cidade, presenteada com belezas naturais exuberantes e o recém-inaugurado Porto de Luís Correia (2023), vê seu potencial turístico ameaçado por um conjunto de problemas graves: violência crescente, acúmulo de lixo, falta de água e energia, e infraestrutura precária. A combinação desses fatores coloca em risco o bem-estar dos moradores e o futuro da economia local, dependente do turismo.
A infraestrutura de Luís Correia revela um cenário de abandono. Apenas 0,04% da população tem acesso a esgotamento sanitário, um número alarmante que expõe a fragilidade do saneamento básico na cidade. A coleta de lixo é irregular e atinge mais da metade dos domicílios, contribuindo para a degradação ambiental e a proliferação de doenças.
A situação se agrava com a falta de água e energia, que afeta o cotidiano dos moradores e prejudica a atividade turística, especialmente durante a alta temporada, quando a população quintuplica. Os “carros-pipa” se tornam uma cena comum, e os frequentes apagões mergulham a cidade na escuridão.
Além dos problemas de infraestrutura, Luís Correia enfrenta o avanço de facções criminosas, em particular o Primeiro Comando da Capital (PCC), que estabeleceu sua atuação em bairros como Santa Luzia e Porto do Rogério.
A presença do crime organizado se traduz em aumento da violência, tráfico de drogas e até mesmo a instauração de “tribunais do crime”, que impõem um clima de medo e insegurança. A escalada da criminalidade afasta os turistas e mancha a imagem da cidade como um destino seguro.